
A diversificação alimentar corresponde ao período em que o bebé deixa de beber apenas leite materno ou fórmula, e é introduzido a alimentos diversificados e de forma complementar ao leite materno ou fórmula.
Esta etapa é um marco muito importante no desenvolvimento do bebé e parece ter um papel preponderante no adulto em que se vai tornar.
Esta etapa vai ditar, em parte, a relação do bebé com a comida daí para a frente.
Investigadores destacam o início da vida como o momento ideal para moldar a predisposição genética das crianças quanto ao apetite. Até porque, mais tarde, com o aumento da autonomia da criança, a genética vai ganhando um peso maior e o ambiente envolvente um peso menor, sendo mais difícil alterar comportamentos alimentares pouco adequados.
Para uma introdução alimentar de sucesso devemos começar desde cedo a introduzir alimentos diversificados e o mais naturais possíveis, como vegetais, frutas, cereais integrais, leguminosas e proteínas, não enviesando o gosto dos nossos filhos pelos nossos gostos. Os comportamentos alimentares das crianças podem ser influenciados pela genética, mas o ambiente em que se inserem pode moldar a sua predisposição. Assim, mesmo que uma criança tenha uma maior predisposição genética para ingerir mais alimentos em resposta a estados emocionais negativos ou para comer em excesso, se o ambiente em seu redor for promotor de uma alimentação saudável, ela pode vir a ter um peso adequado. Aumentar a disponibilidade de alimentos saudáveis em casa, e utilizar estratégias como a exposição constante de fruta e produtos hortícolas, poderá, por exemplo, ajudar a criança a ser menos seletiva quanto ao que come. O consumo deste grupo de alimentos é um dos indicadores mais utilizados em todo o mundo para avaliar a qualidade da alimentação. A Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo igual ou superior a 400 g/dia, o equivalente a 5 ou mais porções diárias.
Para além de garantir a ingestão de uma dieta saudável, é importante que as práticas parentais promovam a autorregulação alimentar da criança, isto é, que a criança aprenda a regular a sua ingestão alimentar em resposta às pistas internas de fome ou saciedade e não a comer em resposta às suas emoções negativas, para criar hábitos alimentares saudáveis e evitar um aumento de peso excessivo ou obesidade.
Em suma, uma intervenção precoce e que envolva toda a família é valiosa para o bem-estar e sucesso da intervenção na criança. Como nutricionistas, é nosso dever incentivar e apoiar o envolvimento de toda a família, procurando auxiliar na literacia e capacitação no âmbito dos cuidados a ter com a nossa saúde.



















